PROBLEMAS CAUSADOS PELA INFLUENCIA DA TV NA SOCIEDADE
Os meios de comunicação em especial a televisão,têm gerado grande polêmica e muitos estudos em relação com as pessoas. Instalada na intimidade dos lares, a televisão molda comportamentos, sugere modismos, coage ao consumo e inculca valores.
Como afirma, Ana Lúcia e Nauro Resende (1991), como mercadoria, a TV vende todos os valores: de produtos de limpeza a idéias, sentimentos e atitudes.
A televisão pode exercer uma influência poderosa no desenvolvimento de valores e na formação do comportamento da criança e também do adolescente.
Cenas de violência são apresentadas em todos os meios de comunicação,fazendo parte da programação atual da TV, o que chama a atenção principalmente das crianças que acabam ficando imunes a todos os tipos de agressão e violência, já que a vêem como entretenimento e até e até mesmo como maneira eficaz de resolver problemas, imitando esta violência que observam na TV.
Enquanto fenômeno social questiona-se a TV, cria pseudonecessidades ou apenas reflete a necessidade dos telespectadores. Já para Eugênio Bucci (20001), a TV consolida padrões que estão mais ou menos aceitos ou para os quais já existe alguma predisposição entre as comunidades
Sabendo que a maioria das crianças, passam em média, quatro horas diárias diante de um aparelho de TV e considerando que o tempo é equivalente ao que passam na escola, constitui-se aí grande preocupação para os adultos em geral, e particularmente, para aqueles interessados em problemas educacionais, pois, segundo Ana Lúcia e Nauro Resende, o consumo infantil, geralmente acrítico e passivo, sem dúvida terá decisiva interferência na representação que a criança formará da realidade.
Lazarsfels e Merton (1999 página 44) afirmam: “A extensão da influência que os meios de comunicação têm exercido sobre a platéia deriva não só do que é dito.pois estes meios não apenas continuam a afirmar o status, mas. Na medida, deixam de levantar questões essenciais sobre a estrutura da sociedade.”
As crianças que estão excessivamente expostas a violência que assistem na TV tem tendências a serem mais agressivas, visto que,a principal forma de aprendizado das crianças é a observação e imitação.
Pesquisas demonstram que as crianças imitam o comportamento que vêem na televisão, sejam ele positivo ou mesmo negativo, como comportamentos violentos e agressivos. Às vezes, só assistindo a um programa violento, a agressividade pode aumentar. As crianças que observam espetáculos violentos cada vez mais realistas, repetidos com freqüência e que atentam para a violência “não castigada” são as que mais tentam imitar o que vêem, sentindo-se heróis.
O impacto da violência na mídia pode ser imediatamente evidente no comportamento da criança, ou pode aparecer anos depois, mesmo que a atmosfera familiar seja harmoniosa. Isto, no entanto, não indica que a violência na televisão seja a única fonte de agressividade ou de comportamento violento entre as crianças e adolescentes, mas, exerce uma contribuição negativa bastante significativa.
A TV fornece ao telespectador em geral e, particularmente, preocupante ao telespectador infantil, mensagens manipuladoras, revestidas de alto grau de semelhança que torna-se difícil delas duvidar. Uma TV dogmática, que conduz o telespectador a cada vez mais inibir suas funções mediadoras de interação com o meio. O que para Vygotski, nas relações entre os processos de desenvolvimento e aprendizagem, quanto mais empobrecido forem as experiências das crianças, menor serão, qualitativamente, suas internalizações.
Influências Positivas Que A TV Exerce Sobre As Crianças
A TV tem grande capacidade de ensinar coisas positivas e produzir resultados benéficos. Inúmeros benefícios educacionais foram coletados em centenas de estudos e enquadrados nas seguintes categorias:
Habilidades Cognitivas várias habilidades acadêmicas foram utilizadas pela televisão para ensinar alunos de todas as idades na década de 1950 e 1960.
As pesquisas mostraram que ela pode ser eficaz no desenvolvimento de habilidades de leitura, vocabulário matemática resolução de problemas e criatividade, como foi demonstrado por programas como Vila Sézamo e outros.
Conteúdo Acadêmico: Ao longo da segunda metade do século XX, os estudantes se beneficiaram com informações de diversas áreas de conhecimento, apresentadas pela mídia de maneira eficaz e atraente.
Comportamento Pró-social : Através de vários programas, a criança pode aprender comportamentos positivos como: importar-se com os outros, cooperação, empatia e outros; como mostram alguns estudos.
Nutrição e saúde : A TV pode ser uma fonte de informações sobre assuntos relacionados a saúde. Alguns anúncios de utilidade pública, comerciais e campanhas publicitárias podem se eficazes em promover hábitos positivos de saúde e higiene.
Questões Sociais e Políticas: Hoje as pessoas estão muito melhor informadas sobre acontecimentos que moldam sua sociedade e cultura do que quaisquer outra ao longo da história. Cresce cada vez mais a conscientização de problemas sociais como violência familiar, discriminação racial e desemprego; quando assuntos como estes são discutidos abertamente na TV, incentivam a discussão e abordagem de temas que fazem parte tanto do nosso cotidiano; como da sociedade em geral.
Conseqüências Adversas Da Exposição Frente à TV
Muitos são os efeitos negativos que os meios de comunicação em especial a TV tem gerado sobre os estilos de vida das pessoas. Transformações preocupantes com relação a saúde física e psíquica dos indivíduos.
Segundo pesquisas realizadas, “há um numero crescente de evidencias que confirmam a hipótese de que a alta exposição frente à TV constitui um fator de risco para a obesidade infantil e a do adolescente, uma vez que permanecem sentados por longo período, sem exercitar-se, nem mesmo para trocar de canal, ligar ou desligar o aparelho”. QUAL A FONTE DESSAS PESQUISAS?????
Pensando desta maneira, a TV pode ser vista por vários ângulos e cada um implica numa analise diferente. Enquanto meio de publicidade, a televisão pode ser analisada como agente de consumo. E como tal, todos os programas vendem alguma coisa, coagindo as pessoas ao consumo, o que é típico de uma sociedade capitalista. Desta maneira o individuo diante do enfoque da televisão sobre o consumo a qual promove valores de compra e de propriedade, não encontra outros meios senão o próprio consumo.
Segundo Penteado (1991) a TV visa acima de tudo o lucro, a partir do qual tudo se justifica”. A mídia veicula, ao longo de todo o tempo de transmissão, valores e princípios da ética capitalista, como o individual, a competição o materialismo, virtuosamente concretizado nas cenas do comercial, da novela ou do jornal.
Também existe outra preocupação com o fato da criança consumidora de TV, a qual permanece postada diante de seu foco hipnótico, ficando desestimulada de falar, dialogar ou desenvolver qualquer atividade motora. Reduzida apenas a contemplar, torna-se sempre ouvinte-vidente “o fantoche que não concorda nem discorda, ouve mas não vê, na verdade não escuta nem observa, e muito menos duvida ou contesta”. (RESENDE, 1989, página 63).
Mais uma conseqüência adversa pelo excesso de exposição a mídia pode ser considerado o aumento da atividade sexual precoce, bem como a exploração da sensualidade infantil.
A TV explora o fetiche da nudez feminina em programas de auditório, onde só se vê musicas empobrecidas com leras depreciativas e machistas, coreografias que simulam o ato sexual com garotas semi-nuas e rapazes de boné, camisetas e calças largas. Segundo Bucci, “o apelo é mais forte entre as crianças, principalmente as do ensino fundamental. Para ele, a sensualidade um tanto estupidificada vira modelo de feminilidade”. Ou seja, a nudez transforma-se num uniforme feminino, segundo a TV.
Outro fator questionável seria que a televisão rouba horas que poderiam se utilizadas de outras maneiras como, estudando, brincando ou mesmo praticando algum esporte.
A televisão expõe ainda os jovens telespectadores a uma linguagem oral padronizada, cheia de chavões, e empobrecidos, bem como apresenta através do recurso da imagem, reduzida em sua potencialidade reveladora (pela imagem oral, tal como é utilizada), uma dada versão do fato “passa” como se fora o “próprio fato”.
A TV pode apresentar ainda um desestímulo a aquisição de informações por outros meios que exijam maior esforço, como a leitura de textos escritos, por exemplo.
Uma vez que a leitura além de proporcionar viagens fantásticas estimula a oralidade; a ampliação do vocabulário entre outras coisas enriquece as relações dos adultos com as crianças.
Não foge desta lista de preocupações, questões sobre os efeitos produzidos pelos conteúdos das mensagens dos comercias, sobre o comportamento das crianças bem como, a questão das mensagens subliminares.
As mensagens subliminares podem ser classificadas como todo o estímulo (não necessariamente visual) que não se percebe de forma consciente, podendo no entanto condicionar o comportamento das pessoas.
O conceito amplo de percepção subliminar é especialmente pertinente quando da abordagem do assunto da comunicação da televisão, já que a imagem estabelece fortes vínculos com os mecanismos do inconsciente. “a imagem age sobremaneira no plano das motivações profundas: o seu poder de persuasão baseia-se na sua capacidade de influenciar o subconsciente”. (VICTOROFF, 1983, p.43).
Por esses e outros fatores preocupantes, surge novos estudos e considerações que recomendam uma cuidadosa análise do fenômeno “televisão”, entendendo-se que falta às crianças menores a habilidade, tanto para apreciar o objetivo das propagandas quanto para distinguir entre o programa e a publicidade, conforme afirmam Lazarfels e Merton (1991): “A extensão da influência que os meios de comunicação tem exercido sobre a platéia deriva não só do que é dito, porém mais significativamente, do que não é dito. Pois estes meios não apenas continuam a afirmar o status, mas, à medida, deixam de levantar a estrutura da sociedade”.
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Créditos: Claudinei de Paula, Professor Pedagogo...